Organizado pelo Crescente Vermelho da Argélia e com o suporte do Governo de Argélia, acontece a partir de hoje, 1 de agosto, um encontro de alto nível do Grupo Sahel Plus.
Temáticas como migração a nível da região, em Africa e fora, mudanças climáticas, segurança e assistência alimentar no atual contexto a nível da Africa, Constituição de fundos de urgência para as operações humanitárias e reforço das capacidades das Sociedades Nacionais estarão na pauta do debate.
De igual modo, foi aceite a integração do Crescente Vermelho da Argélia no Grupo Sahel e abriu-se a possibilidade de outras Sociedades Nacionais pertencerem ao Grupo, na perspetiva de alargamento do Grupo e o seu espaço de influência e de mobilização.
Participaram da reunião várias sociedades nacionais não pertencentes ao Grupo Sahel Plus, como Turquia, Arabia Saudita, Nigéria, Líbia, Egipto e Tunísia.
Representantes do CICR e IFRC e o Diretor da Africa da IFRC, Comité Internacional do Crescente Vermelho, Sociedades Nacionais parceiras estiveram presentes no encontro, que teve o alto patrocínio do Governo da Argélia.
Paralelamente, a delegação cabo-verdiana, está a desenvolver com parceiros a diplomacia humanitária para a mobilização de esforços e recursos para a resposta à situação humanitária e social em Cabo Verde.
Aconteceu ontem, 19 de Julho, o lançamento das Operações DREF, enquadrado no Plano de Emergência contra seca em Cabo Verde, através de uma conferência de imprensa e apresentação do projeto na sede nacional da Cruz Vermelha.
O evento contou com o Presidente da Cruz Vermelha, Arlindo Carvalho, Secretário-Geral da Cruz Vermelha, Salomão Furtado, Administrador do Banco Cabo-verdiano de Negócios e parceiro do projeto, Carlitos Fortes e o Ponto Focal Responsável da Segurança Alimentar e Nutricional da Cruz Vermelha, Eduardo Ramos. Assim como o Presidente da Camara do Porto Novo, Aníbal Fonseca, na plataforma online.
O objetivo global desta ação é responder às necessidades imediatas da população afetada pelas várias crises atuais e reduzir a sua vulnerabilidade na sequência de previsões de grave insegurança alimentar e subnutrição nos próximos meses. Isto está a ser feito na Ribeira Grande de Santiago, na ilha de Santiago, e no Porto Novo, na ilha de Santo Antão, fornecendo assistência alimentar imediata, implementando atividades de preparação e proteção dos meios de subsistência, implementando atividades de prevenção da desnutrição, assegurando um melhor acesso à água e sensibilizando para as questões de higiene e saneamento.
Com o apoio da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a Cruz Vermelha de Cabo Verde, através do mecanismo DREF - Fundo de Emergência de Resposta às Catástrofes, no valor de 33.147129,00 CVE (Trinta e três milhões, cento e quarenta e sete mil e cento e vinte escudos), prestará assistência às populações de vulnerabilidade nos municípios de Porto Novo na ilha de Santo Antão, bem como de São Domingos, Santa Cruz e Ribeira Grande na ilha de Santiago, através de uma série de ações.
Estas atividades representam apenas a primeira parte da intervenção da Cruz Vermelha de Cabo Verde. Estão atualmente em curso negociações com parceiros da Cruz Vermelha para uma intervenção a médio prazo, ainda com o objetivo de prestar apoio às pessoas mais vulneráveis. Após a distribuição monetária haverá um programa de seguimento e avaliação feito através de inquérito às famílias.
A Cruz Vermelha de Cabo Verde realizou nos dias 27-28 e 29-30 uma Formação em Suporte Básico de Vida em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa. A formação foi voltada aos voluntários da instituição, onde os participantes puderam compreender o conceito de cadeia de sobrevivência; Identificar os potenciais riscos para o reanimador; Executar corretamente as manobras de Suporte Básico de Vida (SBV); Posição Lateral de Segurança (PLS) e desobstrução da via aérea; Descrever e executar corretamente a sequência do algoritmo de SBV.
No primeiro dia da formação os voluntários tiveram treino de competências técnicas em manobras de SBV, PLS e desobstrução da via aérea. Enquanto que no segundo dia, fizeram uma abordagem à vítima em Paragem Cardiorrespiratória com execução do algoritmo de SBV aplicado a diferentes cenários.
A resolução sobre a Carta do Clima e do Meio Ambiente para organizações humanitárias recebeu apoio esmagador à medida que os parceiros do Movimento se comprometeram a ampliar suas ações para enfrentar os impactos humanitários da crise climática e reduzir sua pegada ambiental.
Até agora, 259 organizações aderiram à Carta do Clima, incluindo 84 Sociedades Nacionais. Mais sociedades nacionais foram instadas a assinar a Carta.
Apresentando a sessão, Aïcha Niyaz, primeiro vice-presidente do Crescente Vermelho das Maldivas, disse: "Para nós, como humanitários, não tomar nenhuma ação não é uma opção! assinar a Carta é apenas o primeiro passo. Em seguida, devemos traduzir seus compromissos em ação".
Gilles Carbonnier, vice-presidente do CICV, reiterou o compromisso do CICV em fatorar o risco climático em todos os programas do CICV e fortalecer as disposições do DIH que protegem o meio ambiente.
Jagan Chapagain, secretário-geral do IFRC, disse que "os esforços de adaptação e mitigação devem ficar lado a lado", enfatizando a necessidade de os parceiros do Crescente Vermelho da Cruz Vermelha se comprometerem com a carta, desenvolvendo metas e planos de implementação vinculados ao tempo.
Falando em nome das 14 Sociedades Nacionais do Pacífico, a Cruz Vermelha de Tuvalu fez um apelo apaixonado, dizendo: "Vemos os efeitos das mudanças climáticas agora, hoje, ontem e veremos mais amanhã com intensidade crescente... buscamos apoio da rede global para acessar as habilidades, ferramentas, recursos, tecnologia, finanças e conhecimento para nos ajudar a ampliar nossas capacidades de preparação e resposta".
O delegado da Áustria destacou as medidas que a Cruz Vermelha Austríaca está tomando para implementar a carta, incluindo ações antecipatórias de financiamento antes que desastres atinjam o apoio ao DREF do IFRC.
O delegado da Cruz Vermelha Espanhola mencionou o uso de uma "ferramenta inteligente" de suas Sociedades Nacionais para medir as emissões de carbono produzidas por suas atividades e infraestrutura, permitindo à Sociedade Nacional reduzir sua pegada de carbono em 40% através de medidas de economia de energia.
Confrontado com os desafios intersetoriais do conflito e das mudanças climáticas, o delegado da Cruz Vermelha do Mali explicou como sua Sociedade Nacional estava contribuindo para os esforços de reflorestamento da "Muralha Verde" no Sahel, com ambições de plantar 200.000 árvores com o apoio da Cruz Vermelha Italiana.