Nascido a 8 de maio de 1828, Henry Dunant veio ao mundo no seio de uma família abastada de Genebra Suíça. Porém, nem por isso Dunant cresceu alheio ao sofrimento dos outros, pelo contrário, teve uma educação rigorosa e que cedo lhe incutiu fortes convicções religiosas e elevados princípios morais que viriam a toldar a sua personalidade.
Assim, bem cedo na sua vida, o jovem Dunant aliou-se às causas e a vários movimentos sociais, sobressaindo-se a Liga dos Donativos, do qual se tornou membro. A missão desta Liga era levar conforto espiritual e auxílio material para os pobres, enfermos e amargurados. No meio à sua promissora carreira enquanto comerciante, Dunant encontrava energia e tempo para dedicar-se aos outros mostrando toda a sua enorme humanidade.
Porém, igualmente determinado em ampliar o seu sucesso no mundo dos negócios, eis que Dunant se lança à estrada, rumo à França para contatos de negócios.
Era o ano de 1959 e eclodia o conflito armado entre as forças francesas de Napoleão III e a Áustria que havia invadido a província italiana de Piemonte-Sardenha, precisamente no meio do trajeto de do jovem empresário e humanitário que, por ocasião do destino, chagava naquela hora a Castiglione della Pieve, próximo ao local que viria a transformar-se num sangrento campo de batalha, a famosa batalha de Solferino a que Henry Dunant viria a assistir horrorizado em meio à barbárie.
A França, aliada da Itália viria a tomar para si a responsabilidade de “expulsar” os austríacos e o choque entre centenas de milhares de soldados, com alguma vantagem em números para os franceses, viria a acontecer resultando em pelo menos 40 mil baixas de todos os lados.
E, em meio à barbárie, a humanidade, através de Dunant falou mais alto pelo que este tomasse para si a responsabilidade de tentar fazer alguma coisa pelos feridos e moribundos. Chamou as mulheres e homens do povoado ali perto e juntos começaram a tratar as vítimas da guerra, sem olhar para “amigo e “inimigo”.
Desta horrenda experiencia, nascia a ideia da criação de uma organização neutra que chamasse para si a responsabilidade de acudir os soldados feridos nas guerras, num mundo repleto de conflitos.
Eis, então que, em 1862, movido pela experiencia do que viu no campo de batalha, Henry Dunant publica o seu livro de memórias sobre aquela batalha sangrenta e que intitulou de «Lembrança de Solferino».
O livro que foi um enorme sucesso, até os dias de hoje foi o que deu força para o que viria a ser a Cruz Vermelha, arrastando com ele vários apoiantes.
E em 1863, as autoridades suíças viriam a dar carta branca para que Dunant avançasse com o seu projeto, resultando na criação da primeira estrutura da Cruz Vermelha, na altura chamada de Comité Internacional para a Ajuda aos Militares Feridos. Saiba mais sobre as etapas da criação da Cruz Vermelha Internacional na História da Cruz Vermelha Internacional.