Metade dos países em todo o mundo não estão protegidos por alerta precoce e ação precoce de vários riscos, apesar do potencial para reduzir os danos em 30% com apenas 24 horas de antecedência.
Neste sentido, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho apela aos líderes mundiais que antecipem às catástrofes, priorizando os protocolos de alerta precoce e ação precoce e para incentivarem ações de prevenção que, efetivamente, salvem vidas e meios de subsistência.
O apelo foi feito durante o COP 29 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 que decorre em Azerbaijão, até o dia 22 deste mês.
Durante a Conferência também são abordadas soluções para fazer face ao calor extremo. Dados mostram que mais de 490 mil pessoas morrem anualmente de causas relacionadas com o calor. E se os países não agirem esse número pode subir cinco vezes até 2050.
A partir da COP29, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho apela aos líderes mundiais para que tomem medidas decisivas para proteger as comunidades vulneráveis em todo o mundo.
Cruz Vermelha de Cabo Verde recebe visita de cortesia da embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó. A embaixadora quis conhecer as atividades da Operação Dengue #Zero#, assim como inteirar-se dos projetos sociais desenvolvidos pela Instituição Humanitária.
“Interessa-nos muito esse diálogo com instituições como a CVCV que têm uma presença forte no terreno, em contacto com as preocupações das pessoas”, explica Grijó.
A União Europeia está a desenhar o próximo ciclo orçamental (2025/2027), com ênfase nas áreas da proteção social e combate a pobreza extrema, áreas que também são prioritárias para a Cruz Vermelha. Daí que “há espaço para um diálogo, cooperação e articulação, com a CVCV, por estar presente em quase todos os municípios do país e conhecer as diferentes realidades.”
Essa articulação é bem vista e bem-vinda para o Presidente da CVCV, Arlindo de carvalho confirmando que “temos sentido o pulsar das comunidades e entendemos que sim, há ainda muito o que fazer. Com a união de esforços podemos fazer muito mais e chegar a mais pessoas”.
Conforme explica Grijó muitos dos trabalhos realizados pela União Europeia, em Cabo Verde, cruzam com as prioridades da CVCV, pelo que o encontro de hoje serviu para fazer um mapeamento das diferentes áreas em que as duas organizações podem colaborar.
O objetivo da União Europeia é, de acordo com a embaixadora, contribuir em outras frentes, ampliando as ações da CVCV e tornando a ação da instituição europeia “mais efetiva”.
Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) assume compromisso de apoiar cerca de 30 mil pessoas no combate a dengue, através da Operação Dengue #Zero#. Aliás, “esta Operação tem como missão dar corpo a aquilo que é o desígnio da CVCV: aliviar o sofrimento humano”, explica Arlindo de Carvalho, Presidente da Instituição, acrescentando ainda que “acredito que vamos dar combate a dengue e cumprir o slogan: Zero Dengue em Cabo Verde, mas para isso temos que trabalhar estratégias e mobilizar recursos”.
O presidente está confiante de que “com as ferramentas que dispomos, com as ações de formação e disponibilidade dos voluntários e funcionários vamos entrar em 2025 com uma situação melhor”
Atualmente o país conta com pouco mais de 14 mil casos acumulados da doença e cinco mortes, sendo que a Praia é o município mais afetado com mais de 9 mil casos, registados.
Tendo em conta que o combate ao mosquito transmissor é a melhor arma de prevenção, todos os cabo-verdianos são chamados para esta luta de tudo fazer para o mosquito não proliferar.
A Cruz Vermelha está a trabalhar em cooperação com o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Saúde Pública, as delegacias de saúde, Proteção Civil, Associações Comunitárias e com apoio técnico e financeiro da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).
O trabalho de sensibilização comunitária está sendo feito pelos voluntários da Cruz Vermelha sob orientação dos Gabinetes de Catástrofes e Assuntos Comunitários.
No país está o Delegado Gestor de Operações da FICV, o moçambicano Júlio Mondlane, apoiando nesta luta. Na sua abordagem com os voluntários ele os aconselhou de que “nas comunidades, nós como voluntários, estamos a representar uma grande família, a família Cruz Vermelha. Na bagagem devemos levar os sete princípios desta Instituição Humanitária, para fazermos bem feito o nosso trabalho.”
Formações
Na Praia, o centro mais afetado pela doença, os voluntários da Cruz Vermelha de Cabo Verde receberam formação visando a sua preparação para trabalharem com as diferentes comunidades no âmbito da operação Dengue #Zero#.
De acordo com o presidente do Conselho Local da Praia, Celestino Afonso, o objetivo é “transmitir aconselhamentos em relação a epidemia de dengue e a expectativa é que os voluntários usem aquilo que aprenderam na nossa missão de combate a dengue”.
Voluntários do Conselho Local da Praia, da Cruz Vermelha de Cabo Verde, participaram em ação conjunta com a Associação Comunitária de Achada de São Filipe, numa campanha de limpeza e sensibilização contra a epidemia de Dengue.
Além da campanha de limpeza, os voluntários realizaram uma campanha de sensibilização e distribuição de folhetos informativos, com aconselhamentos de combate à doença.
A iniciativa enquadra-se na Operação Dengue #Zero#, focada em auxiliar as autoridades neste combate que é de todos. Assim sendo a CVCV vai trabalhar em estreita cooperação com o Ministério da Saúde, Delegacia da Saúde, Proteção Civil, Associações e líderes Comunitários, Instituto Nacional de Saúde Pública, com apoio técnico e financeiro da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Uma das formas de controle da epidemia da dengue é o combate ao mosquito vetor, Aedes Aegypti. Para a prevenção da doença é fundamental a participação da comunidade para reduzir a incidência de casos.
O apelo é que cuidemos da nossa casa e da nossa comunidade para que, juntos, possamos acabar com o mosquito e protegermos uns aos outros.
Como é que a Comunidade pode ajudar?
- Colocar o lixo no lugar adequado
- Manter baldes de lixo bem fechados
- Evitar o acúmulo de água em pneus, latas e garrafas
- Manter os recipientes de água bem fechados
- Pelo menos, duas vezes por semana, esfregar bem os bebedouros de animais e recipientes de água
- Colocar areia nos pratos dos vasos de plantas
- Evitar plantas aquáticas
- Estar informado
- Não tomar medicamentos por conta própria
- Apoiar as autoridades no combate a dengue